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Foto do escritorZelmute Marten

Urgência climática exibe dramáticos efeitos

O Reino Unido tem exibido temperaturas recordes acima dos 40°C. Segundo a Organização Mundial da Saúde, nos últimos dias, morreram mais de 1.700 pessoas, somente na Península Ibérica, em razão de uma onda de calor extrema. Em Portugal, as temperaturas chegaram a atingir 45°C na cidade de Leiria. “Este ano, já testemunhamos mais de 1.700 mortes evitáveis na atual onda de calor apenas na Espanha e Portugal”, informou em comunicado, Hans Kluge, diretor regional da OMS para a Europa. A situação aponta novamente para a “necessidade desesperada de uma ação pan-europeia para combater efetivamente as mudanças climáticas – a crise abrangente do nosso tempo que ameaça tanto a saúde individual quando a própria existência da humanidade”, complementou.


O chefe regional da agência de saúde da ONU destacou que os governos precisam demonstrar vontade e liderança na implementação do Acordo de Paris. Este pacto estabeleceu o objetivo de limitar o aquecimento global a 2°C acima dos níveis pré-industriais. A agência acredita que o número de óbitos por calor aumentará ainda mais nos próximos dias e destacou que a exposição ao calor extremo “com frequência agrava as condições de saúde preexistentes” e que “as pessoas em qualquer extremo de vida – bebês, crianças, adultos e idosos – estão sob risco”. Na Espanha, a onda de calor deve terminar na próxima segunda-feira, mas as temperaturas permanecem acima de 40°C em grande parte do país. Os incêndios estão proliferando em todo o continente.


O calor extremo esta agravando a crise energética gerada pela invasão da Ucrânia. As vendas de ar-condicionado disparam 1.400% na Inglaterra. O aquecimento da temperatura provocou um pico de demanda de energia em função do uso de ar-condicionado. Segundo a empresa de pesquisas climáticas Kayrros, da Inglaterra, as emissões de carbono aumentaram 18% entre os dias 12 de junho e 17 de julho. “Nunca tivemos tamanha clareza sobre a relação entre aumento de temperatura, demanda por refrigeração e emissões de carbono”, disse Antoine Rostand, fundados e presidente da Kayrros, à agência de notícias Euronews. “Infelizmente, esta não será a última onda de calor”, destacou. As temperaturas extremas reduzem a eficiência das termelétricas a gás, que passam a gerar menos energia com a mesma quantidade de combustível. Na Alemanha, a seca fez o Rio Reno cair para o menor patamar em 15 anos, ameaçando o transporte fluvial de carvão para as termelétricas.


Assim como as casas, a infraestrutura de geração de energia da Europa é preparada para o inverno, já que as temperaturas abaixo de zero são mais comuns na região do que as acima de 40°C. A preocupação, também, está relacionada com os estoques de combustíveis. Levando em consideração as sanções em curso contra a Rússia e a maior necessidade de geração atual, especialistas começam a calcular se haverá energia suficiente para quando as temperaturas baixarem. Com a eclosão do conflito na Ucrânia, os europeus planejam acelerar a transição energética, alocando mais recursos financeiros para fontes limpas de geração de energia. O plano era dar um passo atrás, retomando o uso de combustíveis fósseis emergencialmente, inclusive o carvão, para avançar com a meta de descarbonização do setor elétrico. Até a energia nuclear se tornou uma alternativa – embora não seja exatamente limpa, esta fonte praticamente não emite carbono. Parecia perfeito, até a temperatura subir e exibir dramáticas efeitos da urgência climática.

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